"Viva a lei de Moisés, morra a lei de Cristo": a Inquisição portuguesa e o julgamento de um menor

Um dos crimes sobre os quais a Inquisição Portuguesa tinha jurisdição, a Blasfêmia, era uma prática corrente e quotidiana. Uma simples praguejada contra Deus pelo fato de ter topado com uma pedra era já motivo suficiente para ser denunciado aos inquisidores. Eram termos corriqueiros, ditos muitas vezes sem a intenção de agredir ou desacreditar a Igreja. Palavras em que, muitas vezes, o denunciado sequer se lembrava de tê-las proferido. Desse modo, analisaremos o processo do menino Manuel de apenas nove anos de idade, preso pela Inquisição de Évora.ABSTRACT: One of the several crimes addressed by the Inquisition in Portugal, the Blasphemy was an established practice; a simple plague against God was already reason enough to be denounced to the inquisitors. However, these were common terms, which were said very often wich no intention to harm or discredit the Church. We will thus examine Manoely‟s process – a boy of on only nine years old.KEYWORDS: blasphemies, heresy, portuguese inquisition